Campus de Maruipe, Vitória - ES

Diferenças sexuais no efeito tipo-anticompulsivo da memantina: envolvimento da via do óxido nítrico, mas não dos receptores AMPA

Nome: BRENO LOPES MACEDO

Data de publicação: 10/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE WILLIAN HOLLAIS Examinador Externo
JÚLIA ARIANA DE SOUZA GOMES LENZI Examinador Externo
KARLA NIVEA SAMPAIO Presidente

Resumo: O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado pela ocorrência de pensamentos indesejados e intrusivos (obsessões) e comportamentos repetitivos, tidos como compulsivos. O tratamento do TOC compõe-se de uma intervenção farmacológica aliada a um manejo psicoterápico, mas apenas uma parcela da população afetada apresenta uma resposta. A memantina é uma droga antagonista NMDA que tem sido avaliada para o tratamento do TOC, mas pouco se sabe sobre o seu mecanismo anticompulsivo e não há nenhum trabalho que compare o efeito da mesma nos diferentes sexos. Neste estudo, investigamos se há diferenças no efeito anticompulsivo da memantina após tratamento agudo em camundongos Swiss machos e fêmeas adultos, bem como averiguamos uma possível participação da via no óxido nítrico (NO) e dos receptores AMPA neste efeito. Primeiramente, avaliamos o efeito da administração por via intraperitoneal de memantina (3, 5 e 10 mg/kg) sobre o teste do campo aberto (TCA) e sobre o teste de enterrar esferas (TEE), um teste preditivo de efeito anticompulsivo. As 3 doses de memantina reduziram o comportamento tipo-compulsivo no TEE em machos e fêmeas, sem provocar prejuízos à atividade motora dos animais no TCA. Ainda, utilizamos um segundo teste preditivo de efeito anticompulsivo, o teste de construção de ninho (TCN). Assim, a memantina de 10 mg/kg reduziu o comportamento de formação de ninho, novamente sem diferença entre os sexos. O terceiro experimento avaliou a participação da via do NO no efeito anticompulsivo da memantina. Em suma, a L-arginina, o precursor do NO, não impediu a diminuição do número de esferas enterradas pelas fêmeas tratadas com a memantina, mas teve êxito nos machos. Por fim, foi avaliado se o efeito tipo-anticompulsivo da memantina poderia ser mediado pelos receptores AMPA. Porém, o NBQX, um antagonista dos receptores AMPA, não bloqueou o efeito anticompulsivo da memantina, sugerindo que esse efeito não depende da participação de tais receptores. Assim, o efeito tipo-anticompulsivo da memantina no TEE demonstrou não ser sexo-dependente, não ser mediado pelos receptores AMPA e, ainda, interagir com a via do NO apenas nos machos. Portanto, mais estudos são necessários a fim de confirmar o efeito anticompulsivo da memantina em outros testes preditivos ou modelos de compulsão.

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