Avaliação antitumoral de chalconas sintéticas em sistema nanoestruturado
Nome: GUILHERME JOSÉ SCHWARZT SAMPAIO
Data de publicação: 28/02/2024
Banca:
Nome | Papel |
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FLÁVIO LUÍS BELTRAME | Examinador Externo |
GRACIELLE FERREIRA ANDRADE | Coorientador |
MARCELO ANTONIO DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
RODRIGO REZENDE KITAGAWA | Presidente |
Resumo: A dificuldade enfrentada no tratamento do câncer tem levado a diversas pesquisas visando o desenvolvimento de sistemas que realizem a entrega direcionada de fármacos, com o objetivo de aumentar a eficácia do tratamento e a diminuição de efeitos adversos. No presente estudo, uma série de chalconas substituídas foram avaliadas quanto a ação citotóxica sobre células de adenocarcinoma gástrico (AGS) e células de câncer de mama (MCF-7) pelo método de MTT-tetrazólio, destacando-se os compostos 3-metoxichalcona, 3-clorochalcona e 3-hidroxichalcona. Considerando as características físico-químicas desses compostos, escolheu-se a 3-hidroxichalcona para incorporação em nanopartículas de sílica mesoporosa devido à presença do grupo hidroxila, que poderia favorecer o processo de incorporação por meio de interações de hidrogênio. A síntese das nanopartículas de sílica mesoporosa (MSN) e sua modificação superficial com 3-aminopropiltrietoxilano (APTES) foram realizadas e, posteriormente, a 3-hidroxichalcona foi incorporada nesses materiais. As nanopartículas de sílica mesoporosa foram caracterizadas por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), análise termogravimétrica (TGA), análise elementar (CHN), microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão (MET), potencial zeta e adsorção de nitrogênio. Além disso, ensaios de liberação in vitro foram realizados para verificação do perfil de liberação de 3-hidroxichalcona a partir das amostras de sílica mesoporosa. Os resultados obtidos demostraram que as nanopartículas de sílica mesoporosa exibiram perfil de liberação gradual e prolongado. No teste de citotoxicidade com as amostras de sílica incorporadas com 3-hidroxichalcona observou-se importante atividade citotóxica (IC50 = 12,93 a 106,67 M) contra as células AGS e MCF-7, sendo que a amostra MSN- CHO (IC50 = 12,93 a 22,30 M) exibiu efeito citotóxico superior a 3-hidroxichalcona livre (IC50 = 47,58 a 47,97 M). Os resultados indicam que as nanopartículas influenciam de maneira positiva a interação da chalcona com as células tumorais. Apesar de inúmeros estudos publicados relatando o potencial farmacológico das chalconas, poucos trabalhos relatam a aplicação desses compostos em sistemas de liberação de fármacos e os resultados obtidos neste trabalho indicam o grande potencial que esses materiais possuem para aplicação no tratamento do câncer.