Mortalidade por causa em bombeiros e policiais militares do Espírito Santo
Nome: ELAINE MÉLO TEIXEIRA
Data de publicação: 12/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ELIANA ZANDONADE | Coorientador |
KARLA NIVEA SAMPAIO | Presidente |
LUIZ GUILHERME GROSSI PORTO | Examinador Externo |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Examinador Externo |
Resumo: O estresse e a exposição a agentes físicos e químicos no ambiente de trabalho, constituem fatores de risco para o desenvolvimento de doenças. Algumas profissões, como as de bombeiros e policiais militares, estão mais sujeitas ao estresse e exposição ocupacional, o que pode acarretar comprometimento da saúde e eventual redução da longevidade. O objetivo deste trabalho foi investigar as principais causas de óbito entre policiais e bombeiros militares em três décadas, comparando os dados obtidos com a população geral do ES e do Brasil. Foi realizado estudo analítico retrospectivo com dados secundários obtidos das certidões de óbito de policiais e bombeiros militares do sexo masculino do estado de Espírito Santo no período de 1988 a 2019. Devido ao pequeno número, as mulheres não foram incluídas. A causa básica de morte foi considerada como a principal causa de óbito. Os óbitos foram analisados em função da idade, ano de ocorrência, causa do óbito, cor da pele e década do óbito. Foi estimada a taxa de mortalidade por décadas (1990 a 1999; 2000 a 2009 e 2010 a 2019) e a taxa de mortalidade padronizada (SMR) para as três principais causas, comparando com a mortalidade da população do estado e do Brasil para o mesmo período. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e teste Qui-quadrado para as variáveis categóricas. O modelo de regressão linear de Prais-Winsten foi utilizado para análise de tendência temporal de mortalidade, sendo a variável dependente a frequência absoluta de óbitos e a variável independente os anos de ocorrência dos óbitos. Foram observados 2198 óbitos com idade média de óbito de 5918,5 anos. As principais causas de morte foram doenças do aparelho circulatório (32%), causas externas (26%) e neoplasias (15%). Mortes por doenças do aparelho circulatório foram as mais prevalentes em policiais e bombeiros de todas as cores de pele, com níveis particularmente elevados em militares de cor preta. A população de bombeiros e policiais militares apresentou maior mortalidade por doenças do aparelho circulatório e causas externas em comparação com a população em geral nas duas primeiras décadas, e por neoplasias na primeira década. Nossos resultados apontam para uma média de idade de óbito precoce entre militares e uma alta prevalência de morte por doenças cardiovasculares, causas externas e neoplasias, quando comparados a população em geral, o que sinaliza para necessidade de ações de prevenção e acompanhamento da saúde desses profissionais.