Avaliação do conhecimento de farmacêuticos e estudantes de farmácia sobre o Transtorno do Espectro Autista no Brasil
Nome: LARISSA COUTO ROSA
Data de publicação: 05/04/2024
Banca:
Nome | Papel |
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DYEGO CARLOS SOUZA ANACLETO DE ARAUJO | Coorientador |
GENIVAL ARAUJO DOS SANTOS JUNIOR | Presidente |
KERILIN STANCINE SANTOS ROCHA | Examinador Interno |
RAFAELLA DE OLIVEIRA SANTOS SILVA | Examinador Externo |
Resumo: O conhecimento limitado de estudantes de Farmácia e farmacêuticos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode resultar em impactos negativos no cuidado em saúde para esses indivíduos. No Brasil, não há estudos que avaliam o conhecimento de estudantes de Farmácia e farmacêuticos sobre o TEA. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento de estudantes de Farmácia e farmacêuticos sobre o TEA no Brasil. Foi realizado um estudo transversal do tipo survey entre setembro de 2021 e agosto de 2022. Participaram da pesquisa estudantes de Farmácia e farmacêuticos e de todas as cinco regiões do Brasil. Os dados foram coletados por meio de um questionário on-line que continha duas sessões: a primeira abordava dados sociodemográficas e contato com pessoas com TEA e a segunda sessão continha os itens que compõe o Autism Stigma Knowledge – Questionnaire (ASK-Q) Brasil. Este questionário avalia o conhecimento e o estigma sobre o TEA em 49 questões divididas em 4 subescalas. O instrumento considera os seguintes escores para conhecimento adequado: diagnóstico (11-18 pontos); etiologia (11-16 pontos); tratamento (10-14 pontos); não endosso ao estigma (3-7 pontos). Para as análises estatísticas, foi utilizado estatística descritiva, teste T para comparar a média dos escores e teste de Mann-Whitney para comparar amostras não pareadas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n° 4.464.411). Participaram do estudo 397 estudantes de Farmácia e 413 farmacêuticos. A maioria dos estudantes apresentou conhecimento adequado nos domínios: etiologia (99,0%), diagnóstico (97,0%), tratamento (98,7%), e nenhum estudante demonstrou endossar o estigma (100,0%). As maiores taxas de acerto no escore total foram observadas entre os estudantes de instituições públicas (p=0,001; d=0,5). No domínio tratamento, os maiores escores foram observados entre os estudantes que possuíam familiar com TEA (p=0,001; d=0,45) e que que estudam em instituições públicas (p=0,002; d=0,43). No domínio diagnóstico, os maiores escores foram observados entre os que possuíam familiar com TEA (p=0,015; d=0,24) e convivência com pessoa com TEA (p=0,007; d=0,3). A maioria dos farmacêuticos apresentou conhecimento adequado nos domínios: etiologia (99,0%), diagnóstico (99,0%), tratamento (98,8%), e nenhum farmacêutico demonstrou endossar o estigma (100,0%). No domínio diagnóstico, os maiores 5 escores foram observados entre farmacêuticos que relataram ter um familiar com TEA (p<0,001) e conviver com pessoa com TEA (p=0,002). No domínio etiologia, os maiores escores foram entre pessoas que conviviam com pessoa com TEA (p=0,004). Este estudo revelou que os farmacêuticos e estudantes de Farmácia analisados possuíam conhecimento adequado sobre o TEA. Os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias que melhoram a educação continuada dos farmacêuticos brasileiros.