ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DO “HEALTH CARE PROVIDER HIV/AIDS STIGMA SCALE” PARA USO NO BRASIL
Nome: PAULA GONÇALVES RIBEIRO
Data de publicação: 03/05/2024
Banca:
Nome | Papel |
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DYEGO CARLOS SOUZA ANACLETO DE ARAUJO | Presidente |
PAULA MENDES LUZ | Examinador Externo |
SABRINA CERQUEIRA SANTOS | Examinador Externo |
THIAGO SILVA TORRES | Coorientador |
Resumo: Introdução. O estigma dos estudantes da área da saúde em relação às pessoas vivendo com o HIV (PVHIV) é uma potencial barreira para o cuidado efetivo. No Brasil, a ausência de instrumentos que avaliam o estigma de estudantes da área da saúde em relação a PVHIV impossibilita conhecer a extensão dessa problemática. Objetivo. Validar a Health Care Provider Stigma Scale (HPASS) para uso entre estudantes da área da saúde do Brasil. Método. A pesquisa foi realizada em três etapas: 1) Adaptação transcultural do HPASS para o português do Brasil; 2) Avaliação das evidências de validade baseadas no conteúdo do HPASS; 3) Avaliação das propriedades psicométricas do HPASS. Etapa 1 - a adaptação transcultural foi realizada em seis fases: tradução para português do Brasil, síntese das traduções, avaliação da equivalência por comitê de experts , avaliação pelo público-alvo e retrotradução para o inglês. Etapa 2 - as evidências de validade baseadas no conteúdo foram estabelecidas com base no feedback de um comitê formado por quatro especialistas. Etapa 3 - as propriedades psicométricas foram avaliadas usando uma amostra de estudantes de saúde brasileiros (Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia) por conveniência. As evidências de validade baseadas na estrutura interna foram examinadas por meio da análise fatorial exploratória (AFE). A consistência interna foi avaliada pela confiabilidade composta. As evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis foram avaliadas por meio da correlação entre os escores do HPASS e os índices de religiosidade e conhecimento sobre HIV/AIDS. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (CAAE: 59670422.8.0000.5060, parecer n° 5.995.451). Resultados. Etapa 1: a tradução e adaptação transcultural realizada foi considerada satisfatória para o público-alvo e para a autora da escala original. Etapa 2: O coeficiente de validade de conteúdo para a versão brasileira do HPASS foi de 0,90, um valor considerado satisfatório. Etapa 3: A amostra foi composta por 553 estudantes da área da saúde. A análise das evidências de validade baseada na estrutura interna, realizada por meio da análise paralela, indicou a retenção de dois fatores, com variância explicada de fator 1= 42,00% (discriminação/preconceito) e fator 2= 9,92% (estereótipo). A confiabilidade composta para os fatores foi de 0,96 (discriminação/preconceito) e 0,85 (estereótipo). Avaliação das evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis demonstrou correlação estatisticamente significativa entre os escores da versão brasileira do HPASS e religiosidade e conhecimento sobre HIV/AIDS. Conclusão: A versão brasileira do HPASS é uma medida psicometricamente válida para avaliação do estigma do HIV para estudantes de saúde falantes da língua portuguesa do Brasil. Suas propriedades psicométricas foram satisfatórias e ela se mostrou uma escala simples e confiável. O HPASS adaptado pode ser utilizado para fins educacionais e de pesquisa entre estudantes de saúde. Estudos futuros devem investigar as propriedades da escala entre estudantes de saúde de diferentes regiões e profissionais da saúde.