Estudo prospectivo da alga marinha Laurencia obtusa para a atividade antitumoral
Nome: JÉSSICA RAQUEL BORGES MONTEIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/11/2022
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
RODRIGO REZENDE KITAGAWA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
DANIEL FÁBIO KAWANO | Examinador Externo |
RICARDO MACHADO KUSTER | Examinador Interno |
RICARDO PEREIRA RODRIGUES | Coorientador |
RODRIGO REZENDE KITAGAWA | Orientador |
Resumo: O ambiente marinho brasileiro apresenta um grande potencial na busca de novos produtos naturais bioativos. Na última década, foram descobertos cerca de 1.000 novos compostos de origem marinha em todo o mundo. Em sua grande maioria, produtos naturais marinhos têm demonstrado atividade citotóxica, sendo uma esperança no tratamento de diversos tipos de câncer. As algas marinhas possuem um papel importante nos estudos de novos tratamentos para diversas doenças, como diabetes, hipertensão e infecções bacterianas, fúngicas e virais, câncer, entre outras. Dentre elas, as algas vermelhas são as principais produtoras de compostos bioativos. As algas do gênero Laurencia possuem metabolitos secundários conhecidos por sua ação citotóxica e anti-inflamatória, como sesquiterpenos, diterpenos e acetogeninas. A espécie Laurencia obtusa já apresentou em estudos, atividade antitumoral contra leucemia mieloide crônica, câncer de mama, câncer de próstata, câncer do colo do útero, câncer de pele e câncer de fígado. A mortalidade associada ao câncer em todo mundo vem crescendo ao longo dos anos, e por consequência, a necessidade de novos tratamentos também. É estimado que nos próximos três anos mais de 60.000 brasileiros sejam acometidos pelo câncer de estomago. Portanto, espera-se que novos compostos bioativos, como os da L. obtusa, sejam um tratamento em potencial para combater a doença. Isto posto, foi conduzido um estudo bioguiado a partir do extrato bruto diclorometano:metanol (2:1), obtendo-se frações de diferentes polaridades. A determinação estrutural dos compostos do extrato bruto e frações foi realizada por meio de análise por espectrometria de massas (ESI-FT-ICR/MS) e demonstrou a presença de terpenos, uma acetogenina e um ácido graxo. Testes de citotoxicidade in vitro foram realizados com células de linhagem de adenocarcinoma gástrico para selecionar a fração mais citotóxica do extrato bruto de L. obtusa. A fração Hex:AcOEt (3:1), oriunda da fração AcOEt, foi a mais citotóxica com IC50 de 9,23 μg/mL e ISe de 15,56 μg/mL. Métodos in silico foram aplicados para identificação do possível mecanismo de ação dos compostos, através da análise de complexos cristalográficos e de cálculos de docking molecular. Compostos conhecidos de L. obtusa foram testados no sítio ativo da proteína HIF-2α e a acetogenina escanlonenina apresentou escore de 68,40 indicando afinidade da molécula pelo sítio ativo. Dentre os compostos presentes na fração Hex:AcOEt (3:1), o sesquiterpeno chermesiterpenoide B demonstrou maior afinidade com escore de 65,90. Das 11 substâncias propostas, 9 são descritas pela primeira vez nessa espécie. Os resultados obtidos, indicam que moléculas encontradas nas frações de L. obtusa, possuem potencial terapêutico a ser utilizado no tratamento de neoplasias, como o adenocarcinoma gástrico.
Palavras-chave: Laurencia obtusa. Laurencia. Alga. Câncer. Citotoxicidade. Docking.