Prevalência de hipertensão arterial e associações de fatores pessoais, ocupacionais e de risco cardiovascular com a pressão arterial alterada em bombeiros militares do estado do Espírito Santo
Nome: IGOR MAGALHÃES SALES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/11/2022
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| KARLA NÍVEA SAMPAIO | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ELIANA ZANDONADE | Coorientador |
| KARLA NÍVEA SAMPAIO | Orientador |
| MARCELO PERIM BALDO | Examinador Externo |
| NAZARE SOUZA BISSOLI | Examinador Externo |
Resumo: Determinadas classes de trabalhadores possuem maior risco de sofrer doenças cardiovasculares (DCV), devido as atividades com riscos inerentes que realizam. Estudos internacionais em bombeiros apontam que a morte súbita cardíaca está entre as principais causas de morte em serviço. A hipertensão arterial é o fator de risco mais prevalente para DCV na população mundial. Entretanto, não há estudos que avaliem a prevalência de hipertensão em bombeiros brasileiros e as associações de fatores pessoais, ocupacionais e de risco cardiovascular com a pressão alterada nessa população. Nosso estudo avaliou esses aspectos em toda população de bombeiros militares do sexo masculino do estado do Espírito Santo, que participaram do Programa Bom Estar no ano de 2019 e preencheram todos os formulários. Foram tabulados e analisados dados sociodemográficos como idade, cor de pele, escolaridade, plano de saúde, cidade de trabalho, tempo de serviço, cargo exercido, hábito de fumar e de ingerir bebida alcoólica, além de parâmetros para risco cardiovascular, como glicemia de jejum, colesterol total e triglicerídeos, pressão arterial, aptidão cardiorrespiratória e composição antropométrica. Os dados de pressão arterial foram estratificados segundo a diretriz brasileira da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e foram considerados com pressão alterada todos os bombeiros na faixa de pré-hipertensão e hipertensão e/ou que faziam uso de medicação anti-hipertensiva. O teste qui-quadrado (X2) foi realizado para análise de associação entre uma variável dependente (desfecho pressão arterial alterada) e um conjunto de variáveis independentes (fatores de risco), sendo estabelecido como nível de significância p <0,05. Um modelo hierárquico de regressão logística binária foi utilizado para obter o odds ratio (OR) ajustado. 45,6% dos bombeiros estavam com a pressão acima do normal. Após análise do OR ajustado, observou-se maior chance de pressão arterial acima do normal para os graus de escolaridade médio (1,5; IC95% 1,02 a 2,19) e pós-graduação (1,54; IC95% 1,03 a 2,30), cor de pele negra (1,98; IC95% 1,03 a 3,78), trabalhar em cidades do interior (2,32; IC95% 1,14 a 4,71), níveis elevados de triglicerídeos (1,92; IC95% 1,19 a 3,11) e glicose no sangue (1,5; IC95% 1,01 a 2,22), além de obesidade central (2,34; IC95% 1,47 a 3,70). Nosso estudo demonstrou uma associação entre o desfecho pressão alterada e fatores pessoais, ocupacionais e de risco cardiovascular. Alguns desses fatores são modificáveis e podem ser abordados em programas de prevenção e intervenção em saúde ocupacional, podendo evitar a progressão da hipertensão e DCV nessa população de trabalhadores e contribuindo para a excelência no atendimento prestado à população.
Palavras-Chave: pressão arterial; hipertensão; fatores de risco; saúde do trabalhador; bombeiros; militares.
