Intoxicação aguda com clorpirifós tem impacto distinto na sobrevida e função cardiorrespiratória de ratos hipertensos e normotensos
Nome: ANDREW VIEIRA AITKEN
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/02/2023
Orientador:
Nome | Papel |
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KARLA NÍVEA SAMPAIO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANTONIO FERREIRA DE MELO JUNIOR | Examinador Externo |
KARLA NÍVEA SAMPAIO | Orientador |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Coorientador |
TADEU UGGERE DE ANDRADE | Examinador Externo |
Resumo: A hipertensão é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). Adicionalmente, outros fatores como a intoxicação aguda por organofosforados (OF) também tem sido apontada como um fator de risco para DCV. Todavia, não há estudos que comparem os efeitos cardiorrespiratórios induzidos pela intoxicação com OF em situações de normotensão e hipertensão. Dessa forma, nosso estudo se propôs a avaliar e comparar a toxicidade aguda e efeitos cardiorrespiratórios induzidos pelo OF, clorpirifós (CPF), em ratos normotensos e hipertensos. Para isso, ratos Wistar adultos e espontaneamente hipertensos (SHR) foram injetados, intraperitonealmente (i.p.) com salina ou CPF, nas doses de 10, 20 e 30 mg/kg e avaliados quanto à toxicidade aguda e letalidade e após 48 horas amostras de tronco cerebral foram coletadas para ensaios de estresse oxidativo e inflamação. Grupos independentes de animais foram submetidos a cateterização da artéria e veia femorais sob anestesia com ketamina/xilazina (70/10 mg.kg-1, i.p.) e 24 horas após foram injetados com CPF (20 mg/kg) ou salina. 24 horas após as injeções, foram registrados parâmetros cardiorrespiratórios basais e avaliados os reflexos Bezold- Jarisch (RBJ), quimiorreflexo e tônus autonômico cardíaco. Amostras de tronco encefálico e sangue foram coletadas para quantificação das atividades da acetilcolinesterase (AChE), butirilcolinesterase (BuChE). Os dados foram analisados por equações de estimativas generalizadas (GEE), ANOVA de três vias para medidas repetidas e ANOVA de duas vias, seguidas do pos-hoc de Bonferroni ou Tukey quando apropriado. SHR apresentaram sinais mais intensos de toxicidade aguda frente exposição ao CPF e letalidade de 8,34% em animais não operados e de 33% em animais submetidos cirurgia. Intoxicação com CPF atenuou a ventilação basal nos SHR, promoveu prejuízo das respostas hipotensora e bradicárdica do RBJ de ratos Wistar e reduziu a resposta taquipneica quimiorreflexa em ambos. CPF inibiu a atividade das enzimas AChE e da BuChE, promoveu oxidação proteica, aumento de nitrito e nitrato, expressão do fator de necrose tumoral (TNF) e enzima conversora da angiotensina-1 em ratos Wistar, sem alterar nos SHR. Nossos achados mostram que os SHR têm uma maior susceptibilidade a toxicidade aguda e letalidade ao CPF, mesmo em doses subletais em animais normotensos. Demostramos que os reflexos cardiorrespiratórios foram diferencialmente afetados pela intoxicação por CPF em ratos hipertensos e normotensos e que a disfunção cardiorrespiratória parece estar associada à interferência na transmissão colinérgica, estresse oxidativo e inflamação. Esses resultados apontam para um aumento da suscetibilidade à toxicidade aguda na hipertensão, o que pode impor um risco significativo às populações vulneráveis
Palavras-chave: Clorpirifós, SHR, Toxicidade, Cardiovascular, Estresse Oxidativo, Inflamação