Efeitos da exposição crônica intermitente ao organofosforado clorpirifós sobre as funções comportamentais e cardiovasculares em ratos
Nome: YURI FERNANDES PEREIRA ROSA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2023
Orientador:
Nome | Papel |
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KARLA NÍVEA SAMPAIO | Co-orientador |
VANESSA BEIJAMINI HARRES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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KARLA NÍVEA SAMPAIO | Coorientador |
LEANDRO JOSÉ BERTOGLIO | Examinador Externo |
VINICIUS RAFAEL FUNCK | Examinador Externo |
Resumo: O clorpirifós (CPF) é um composto pertencente ao grupo dos organofosforados (OFs) bastante utilizado em produções agrícolas, que exerce atividade tóxica ao inibir a acetilcolinesterase (AChE), resultando em um acúmulo de acetilcolina (Ach) e hiperestimulação dos repeptores colinérgicos centrais e periféricos. A exposição repetida e intermitente de ratos ao CPF parece provocar prejuízos nos reflexos cardiovasculares. Também existem evidências pré-clínicas e clínicas de que a exposição ao CPF induz algumas alterações cognitivas, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, depressão e agressividade. Porém, não se tem estudos pré-clínicos que tenham analisado se a exposição repetida intermitente ao CPF prejudicaria as respostas comportamentais e cardiovasculares associadas a estímulos aversivos. No presente estudo, ratos Wistar adultos foram submetidos a um protocolo de exposição repetida intermitente ao CPF (4 mg/kg ou 7 mg/kg) por 4 semanas, em dias alternados. Os efeitos da exposição foram avaliados em relação à atividade locomotora e ansiedade no teste de campo aberto (CA) e labirinto em cruz elevado (LCE), e com relação à anedonia no teste de preferência pela sacarose. Para avaliar as alterações cardiovasculares e a memória aversiva foi utilizado o teste de medo condicionado ao contexto (MCC) adaptado para registros hemodinâmicos. O tratamento com CPF não alterou a preferência pela sacarose. No teste do LCE, não houve alteração da porcentagem de entradas nos braços abertos e fechados, porém houve uma redução no tempo de permanência dos animais tratados com CPF nos braços abertos. No teste de CA, os animais do grupo CPF 7 apresentaram comprometimento na atividade locomotora. No MCC, os animais foram condicionados e não tiveram alteração para extinguir a resposta de congelamento, mas durante a sessão de extinção os animais tratados com CPF na dose de 7 mg/kg apresentaram maior elevação da frequência cardíaca em resposta ao ambiente aversivo. Não houve prejuízo na consolidação da extinção do comportamento de medo condicionado. Em conjunto, nossos resultados sugerem que a exposição intermitente com o CPF resulta em prejuízos comportamentais e cardiovasculares.
Palavras-chave: organofosforado; clorpirifós; acetilcolinesterase; labirinto de cruz elevado; ansiedade; medo condicionado ao contexto.