Avaliação do uso de medicamentos potencialmente inapropriados e da adesão à
farmacoterapia em idosos atendidos por um plano de saúde suplementar
Nome: CAMILLA DA PENHA TRANHAGO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/08/2020
Banca:
Nome | Papel |
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DANIELA AMORIM MELGAÇO GUIMARÃES DO BEM | Orientador |
GENIVAL ARAUJO DOS SANTOS JÚNIOR | Examinador Externo |
MARIANA LINHARES PEREIRA | Examinador Externo |
Resumo: A associação entre a polifarmácia, a presença de múltiplas comorbidades e as modificações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, aumenta a complexidade da farmacoterapia dos idosos. Neste contexto, a adesão à farmacoterapia pode ser prejudicada e alguns medicamentos podem ser considerados inapropriados para esses indivíduos. Os idosos usuários de plano de saúde foram relacionados ao uso de maior número de medicamentos, o que pode torná-los ainda mais vulneráveis a utilização de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI). O objetivo deste estudo foi avaliar o uso de medicamentos por idosos vinculados de um plano de saúde, com ênfase na utilização de medicamentos potencialmente inapropriados e adesão à farmacoterapia. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido com idosos residentes no município de Vitória-ES, provenientes de um plano de saúde suplementar em acompanhamento domiciliar pelo Programa de Gerenciamento de Crônicos (PGC). Os dados socioeconômicos, demográficos e clínicos foram coletados por meio de entrevista durante visita domiciliar e os dados acerca da adesão através dos instrumentos Teste de Morisky-Green, Brief Medication Questionnaire, MedTake, no período de outubro de 2018 a junho de 2019. A associação entre o uso de MPI e as variáveis independentes foi verificada por regressão logística univariada com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Foram entrevistados 332 idosos, 71,4% (n=237) do sexo feminino e 28,6% (n=95) do sexo masculino, a média de idade foi de 81,5 anos. Foi identificada uma prevalência de 65% no uso de MPI. No modelo de regressão logística múltipla, as variáveis associadas ao uso de MPI foram automedicação (p=0,004), apresentar perfil clínico segundo aclassificação do IVCF (Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional) de Alto Risco (p=0,022), usar medicamento psicotrópico (p=0,000001), medicamentos para o sistema musculoesquelético (p=0,04) e trato alimentar (p=0,03). Praticar atividade física foi associado ao uso de MPI como fator de proteção (p=0,02). A prevalência de polifarmácia foi de 79,5% (n=264). Automedicação foi identificada em 44,6% (n=148) dos pacientes. A avaliação da adesão revelou taxas de prevalência de baixa adesão variarando de 6,4 a 74,7%, dependendo do instrumento de avaliação utilizado. Os fatores associados à baixa adesão em cada instrumento foram: idade maior ou igual a 86 anos (p=0,009) e atividade física (p=0,011) no BMQ; ter déficit cognitivo (p=0,028) no Teste de Morisky-Green; e polifarmácia (p<0,0001) no MedTake. Os resultados deste estudo indicam a necessidade de mudanças no cuidado do idoso na saúde suplementar, a fim de aumentar a adesão e a segurança da farmacoterapia, garantindo assim maior qualidade de vida para este segmento populacional.
Palavras-chave: idosos, saúde suplementar, lista de medicamentos potencialmente inapropriados, adesão à medicação.