Estudo fitoquímico e atividades biológicas de duas espécies da família Asteraceae
Nome: SULA MARIA VIEIRA FELETI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/08/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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GIRLANDIA ALEXANDRE BRASIL AMORIM | Examinador Externo |
MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI | Orientador |
RITA DE CÁSSIA RIBEIRO GONÇALVES | Examinador Interno |
Resumo: Galinsoga parviflora Cav. e Vernonia polyanthes (Spreng.) Less são plantas medicinais pertencentes à família Asteraceae e que possuem diversas atividades biológicas. Este estudo teve como objetivo caracterizar quimicamente dois extratos produzidos com as partes aéreas de G. parviflora e de V. polyanthes e avaliar suas ações antioxidantes e citotóxicas em linfócitos humanos, células de Sarcoma-180 e em células de adenocarcinoma gástrico humano, por meio de ensaios in vitro. Inicialmente, utilizando a parte aérea, foi preparado um extrato bruto etanólico de cada espécie investigada e, posteriormente foi realizada a prospecção fitoquímica por reações colorimétricas, seguida da quantificação de teores totais de (fenóis, flavonoides e taninos) por espectrofotometria e da caracterização química por espectrometria de massas (ESI (-) FT-ICR MS e APCI (+) FT-ICR MS). As atividades antioxidantes foram determinadas pelos métodos DPPH, ABTS, FRAP e Quelante de Fe2+. Foi avaliada a citotoxicidade e a anticitotoxicidade em linfócitos humanos e a citotoxicidade em células de Sarcoma-180 e adenocarcinoma gástrico humano, pelo ensaio do MTT. A prospecção fitoquímica preliminar detectou metabólitos da classe dos alcaloides, cumarinas, esteroides, saponinas, flavonoides, taninos e triterpenos em V. polyanthes, e em G. parviflora foi observada a presença de alcaloides, esteroides, flavonoides e taninos. Os teores de fenóis, flavonoides e taninos foram, respectivamente, 90,11 mg EAG g-1, 67,04 mg ER g-1 e 94,9 mg EAT g-1 para V. polyanthes e de 133,04 mg EAG g-1, 96,02 mg ER g-1 e 5,5 mg EAT g-1 para G. parviflora. A caracterização química por meio da espectrometria de massas revelou para o extrato de V. polyanthes, a presença de substâncias das classes dos flavonoides (luteolina e luteolina-7-O-glicuronideo), dos ácidos fenólicos (ácido dicafeoilquínico e ácido ferúlico diglicosilado) e das lactonas sesquiterpênicas (piptocarpina A, glaucolídeo A). No extrato de G. parviflora, foram encontrados ácidos fenólicos (ácido cafeico, ácido cafeoilquínico e ácido dicafeoilquínico), esteroides (estigmasterol e β-sitosterol) e ácidos graxos (ácido linolênico, ácido linoleico, ácido palmitoleico e ácido palmítico). Na avaliação da atividade antioxidante, o extrato da espécie V. polyanthes se destacou no ensaio do quelante de íons Fe2+ com (EC50 = 32,45 μg. mL-1). Já o extrato da espécie G. parviflora não obteve bons resultados antioxidantes pelos métodos testados. As duas espécies apresentaram tendência em promover citotoxicidade em células de linfócitos humanos. E no protocolo de anticitotoxicidade, as duas espécies se destacaram na condição do pós-tratamento, evitando os danos causados pelo mutágeno cisplatina. Em relação à ação citotóxica em célula de Sarcoma-180, só houve uma significativa redução na viabilidade celular quando as células foram expostas por 48 horas aos extratos de ambas as espécies. Sendo que G. parviflora foi a espécie com maior potencial antiproliferativo, o que demonstra uma maior efetividade desse extrato. Em relação às células de adenocarcinoma gástrico humano, a espécie V. polyanthes se destacou, exercendo uma ação citotóxica semelhante ao padrão cisplatina. Esses achados reforçam o uso medicinal dessas plantas, assim como sugerem o seu potencial uso para o desenvolvimento de novos fármacos e para o tratamento de cânceres.
Palavras-chaves: Antioxidante. Quelante de ferro. Lactonas sesquiterpênicas. citotoxicidade. Adenocarcinoma gástrico. Sarcoma-180.